O autismo em mulheres adultas é um tema, muitas vezes, esquecido. Por se manifestar de maneiras diferentes, os especialistas podem se apegar aos estereótipos (masculinos) e confundir o laudo. Ao se aprofundar mais no assunto, a mulher pode se deparar com uma pergunta simples: será que sou autista? Compreender as nuances do autismo em mulheres adultas é crucial para oferecer o suporte necessário e promover a inclusão na sociedade.

Quais são os estereótipos da pessoa autista?
Habilidades Extraordinárias: Existe a crença de que todas as pessoas autistas possuem habilidades extraordinárias em áreas específicas, como matemática ou ciências.
Falta de Empatia: A ideia de que as pessoas autistas não conseguem expressar empatia ou compreender as emoções dos outros.
Comportamentos Repetitivos Evidentes: A associação de autismo com comportamentos repetitivos óbvios, como balançar as mãos ou repetir palavras.
Dificuldades Sociais Generalizadas: A percepção de que todas as pessoas autistas enfrentam desafios nas interações sociais.
Rigidez Comportamental Extrema: A ideia de que os autistas são inflexíveis e incapazes de lidar com mudanças.
Nem todas as pessoas autistas possuem todas essas características e, se possuírem, elas podem não se destacar tanto. Em relação às mulheres, essa distância dos estereótipos pode ser mais evidente.
Por que dizem que a mulher não pode ser autista?
O TEA é um espectro e, por isso, pessoas autistas podem possuir personalidades completamente diferentes. Segundo a revista acadêmica Neurologic clinics, publicada em 2023, há muitos fatores sociais e culturais que implicam na falta de laudo para meninas e mulheres, assim como o fato de o autismo ter sido considerado exclusivamente masculino em seus primeiros estudos. Podemos citar como exemplo a escolha da cor azul para representar o autismo, uma cor socialmente masculina. você pode ler mais sobre clicando aqui.
Veja agora, algumas diferenças sutis que podem existir entre homens e mulheres autistas:
Habilidades Sociais Camufladas na mulher autista
Mulheres autistas podem aprender a imitar comportamentos sociais de forma mais eficiente, deixando suas dificuldades sociais menos evidentes, mascarando melhor.
Empatia e Compreensão Emocional
Pesquisas como a da neurologic clinics sugerem que mulheres autistas podem ter uma compreensão mais intuitiva das emoções dos outros do que os homens autistas, desafiando o estereótipo de falta de empatia.
Comportamentos Repetitivos Menos Óbvios
Enquanto homens autistas podem exibir comportamentos repetitivos mais visíveis, mulheres autistas podem apresentar padrões de comportamento estereotipados de forma menos evidente, dificultando o reconhecimento do autismo.
Comunicação Verbal e Não-Verbal
Mulheres autistas podem ter habilidades de comunicação mais desenvolvidas, tanto verbalmente quanto não verbalmente, se adaptando melhor socialmente.
Expressão de Interesses Específicos
Os interesses específicos da pessoa autista são conhecidos como hiperfocos. Homens podem ter um número menor de interesses, de forma mais intensa, enquanto mulheres autistas podem exibir uma variedade maior de interesses, tornando seus padrões de comportamento menos estereotipados.
Há muito a se melhorar no laudo para mulheres autistas, que podem ser tão diferentes dos homens em muitos aspectos. A aceitação e valorização dessas características únicas contribuem para uma compreensão mais rica e inclusiva da neurodiversidade.
Lembre-se que as características apresentadas são exemplos gerais, e cada indivíduo autista, independentemente do gênero, pode e deve desenvolver interesses únicos (sendo eles considerados masculinos ou femininos na sociedade). Comece procurando um psiquiatra e um neurologista em sua cidade para investigar sua condição, lembrando de sempre o questionar sobre os estereótipos.